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Paraty: preparativos
por Lex em 19/Feb/2009, sobre equipamentos e relatos
Olá caros amigos do esporte ! Finalmente vou compartilhar com vocês a minha aventura de reveillón. Não tenho dúvida que foi uma das aventuras mais legais e completas que eu já fiz. Dois meses antes a tensão já se anunciava e o planejamento começava. Essa foi uma aventura feita em conjunto com Joana Rocha, que tem um bom curriculo de trilhas incluindo as da chapada Diamantina (via cachoeira da Fumaça e Anadaraí pelo vale do Pati, entre outras) e como ciclista tem sua rotina diária de bike e já fez algumas viagens (como Ibiúna).
Fomos à Decathlon para compra de materiais. Tinha um casaco de vela a um preço muito bom, e talheres de policarbonato à um preço irresistível (à um terço do pago no exato modelo que comprei há pouco tempo atras). Compras de aventura, pelo seu valor, sempre são feitas de pouquinho em pouquinho, mas num momento de estravagância pegamos um carrinho de compras e o enchemos de novos equipamentos. Na minha opinião, a Decathlon é um lugar mediano, que tem itens certinhos a serem comprados. Quando conheci a do Morumbi passei a maior raiva pois não tinha nada além de uma maldita marca chamada Quechua. Nada de Trilhas&Rumos, nada de SeaToSumit, nada de Curtlo. Sempre achei isso uma ofensa. Mas algumas coisas são bem interessantes, como um bastão de caminhada muito barato (R$50, mas sem amortecimento) ou uma capa pro GPS (que a Maresia corroeu sem dó). A loja da Raposo Tavares se mostrou melhor equipada para o tipo de esporte que pratico. Mas na nossa visita, o que chamou a atenção e fez toda a diferença foi ter visto um caiaque Brudden à venda. Idéias maléficas começaram a povoar nosso imaginário. Eu tinha 15 dias e a Joana tinha 10 dias de folga. Uma caiacada cairia como uma cerveja num dia estressante.
A duas semanas da viagem, começamos uma maratona para encontrar quem nos alugasse um par de caiaques. E-mails vão e vêm, e finalmente conhecemos um conhecido biólogo, o Paulo Nogara. Depois de alguns e-mails e acertos, fomos encontra-lo na Livraria Cultura. O cara conhece Paraty e a costa da Joatinga como ninguém, e olhando as cartas que levei para nosso bate-papo, ele deu importantes dicas de cada ponto do caminho, por mar e por terra. Em tempo: tínhamos a nossa mão um caiaque oceânico duplo Opium Cabo Horn, um barco altamente respeitado, com o qual foram ganhos várias competições importantes. Um barco com o qual eu senti orgulho de navegar, e além de tudo esteticamente um espetáculo. Combinamos com o Paulo de pegar o barco em Parati, na praia do Jabaquara e entrega-lo no fundo do saco do Mamanguá. Ele, num ato de irrecompensável bondade iria levar o equipamento sobressalente que deixássemos em Paraty para o local de entrega do barco, para que não carregássemos peso desnecessário. É conhecendo este tipo de pessoa que eu tenho esperanças na evolução da humanidade.
Agora com a certeza de que teríamos cinco dias de remo, cinco dias de caminhada com Joana e cinco dias de caminhada solo, precisaríamos de novas compras. E para comprar equipamentos sérios, hoje a melhor loja é a Mundo Terra. Duas lojas de aventura conhecidas (a Empório Aventura e a famosíssima Casa do Montanhista) fecharam suas portas e estão atendendo somente na internet. Na Mundo Terra eu ainda tenho a liberdade de ir conhecer os equipamentos que eu quero adquirir, poder escolher a melhor opção e ainda ter um excelente bate-papo com meus amigos, e no caso da Mundo Terra, ainda tem um chazinho para acompanhar. É um lugar que eu me sinto em casa, até mesmo porque conheço a loja há pelo menos uns cinco anos. Se você for lá, procure pela Cris, ela vai dar a melhor ajuda possível e um descontinho camarada. Torramos uma grana em equipamentos lá, compramos os fabulosos sacos estanque da Montana (4 no total, 2 para sleeping bags e roupas e 2 para o equipamento fotográfico da Joana), nadadeiras muito legais da Nautica e tanta coisa mais que nem me lembro. Da Joana ganhei um óculos com três lentes diferentes de policarbonato, elástico para esportes de ação (altamente recomendável) e da Cris da Mundo Terra ganhei uma bússola que foi essencial no caiaque. Uma noite inteira foi gasta arrumando tanto equipamento, as compras de mercado e fechando as pesadíssimas mochilas. A Jô conseguiu dormir um pouco, eu estava completamente esgotado. A tensão somente se foi quando pude sentar na poltrona que nos levaria a Paraty.