Metadata e geocodificação
Assustou com o título do post? Bem, hoje voltaremos a falar sobre tecnologias, como no post sobre GPS. Falarei sobre fotos digitais e geocodificação. O primeiro conceito maluco a ser explicado é o de metadata (ou metadados), e com base nisso, como colocar em sua foto informações de latitude e longitude, e depois exibi-la num […]
por Lex em 22/Oct/2009
Revisado por: Mario Amaya
Assustou com o título do post? Bem, hoje voltaremos a falar sobre tecnologias, como no post sobre GPS. Falarei sobre fotos digitais e geocodificação. O primeiro conceito maluco a ser explicado é o de metadata (ou metadados), e com base nisso, como colocar em sua foto informações de latitude e longitude, e depois exibi-la num mapinha no Flickr ou fazê-la aparecer nas fotos do Google Earth.
Metadata
Por analogia, é muito fácil pensar que uma foto digital é a mesma coisa que a analógica, só que digital. Vamos pensar um pouco além: assim como qualquer documento eletrônico, uma foto digital é informação. A imagem é descrita dentro do arquivo em forma de texto, mas na linguagem do computador.
Mas já que os fabricates das câmeras digitais podem gravar o que bem entenderem nos respectivos arquivos de imagens (as fotos propriamente ditas), ocorreu-lhes uma brilhante ideia: por que não gravar junto os dados relativos à imagem, tais como abertura, exposição, distância focal, balanço de branco, número ISO, a que hora a foto foi tirada, se foi disparado o flash? Pois foi isso que eles fizeram. E alguns grupos de padronização criaram normas para que todos os fabricantes o fizessem da mesma forma, facilitando a vida dos desenvolvedores de software para que, por sua vez, estes criassem programas que pudessem ler essas informações de qualquer câmera. Percebeu que temos aqui informação sobre informação? Isso é chamado metadata. E os padrões de metadata mais comuns para fotos digitais são o EXIF e o XMP.
Geocodificação
Os padrões de metadata foram concebidos de modo que outras informações, além das configurações da câmera no momento da captura da foto, também possam ser adicionadas à imagem. Foram previstos campos para autor (assim como todos seus dados, como telefone, endereço etc.), título, categoria; enfim, uma infinidade de informações. Mas o que faz total diferença são os dados referentes à geolocalização: latitude, longitude, e ocasionalmente, altitude. Adicionando esta informação, a foto passa a ser localizável: você não precisará lembrar mais onde ela foi tirada! Basta olhar estas informações e logo você saberá onde ela foi feita.
Mas se você ainda estiver querendo mais vantagens em geolocalizar fotos, aqui vai uma boa: Google Earth. O grande barato deste onipresente programa também são as fotos postadas e geolocalizadas no Panoramio que passam a fazer parte do Earth, permitindo uma visão do nível da terra daquele ponto fotografado pelo satélite (que maluquice: a foto da foto!). No caso de trilhas, a mata encobre completamente a visão das fotos por satélite, mas as fotos em terra geolocalizadas são um excelente material de apoio, que eu costumo usar quando pesquiso por novos lugares a visitar.
Geocodificando
A primeira forma de inserir os dados de geolocalização, mais fácil, é também a mais óbvia: que sua câmera tenha GPS. No caso do iPhone (de segunda ou terceira geração) ou qualquer smartphone com GPS e câmera embutidos, a foto já é geocodificada automaticamente. A segunda forma é a que eu mais uso: vou fotografando e ao mesmo tempo marcando a foto no meu GPS; ao chegar em casa, transfiro esses dados para a foto usando o GeoSetter (calma, já explico!). A terceira forma é você usar um mapa (em papel ou via Google Maps) e descobrir (lembrar!) por si mesmo onde a foto foi feita.
GeoSetter
Minha vida passou a ficar mais alegre quando descobri um software chamado GeoSetter, criado pelo alemão Friedemann Schmidt. Nele há um painel à esquerda que exibe as fotos, e outro painel à direita que exibe um mapa. Basta escolher a posição no mapa e aplicar às fotos selecionadas. Sendo assim, é muito fácil adicionar uma determinada localização a mais de uma foto por vez. Quer mais? Selecionando um arquivo previamente geocodificado, será exibida no mapa a sua localização. Além disso, também há campos para digitar a latitude e a longitude manualmente. Existe uma série de recursos bacanas, como visualização de imagens, uma completíssima janela que exibe todos os metadados, a possibilidade de guardar seus locais prediletos para uso futuro e muito mais. O provedor de fotos de satélite é o onipresente Google. Passado o susto inicial (pois ele é razoavelmente técnico), você não consegue mais viver sem ele.
Internet
Geocodificar suas fotos e guardá-las no disco rígido é apenas metade da brincadeira. Ao enviar suas fotos para serviços de compartilhamento de fotos, como Flickr ou Picasa, estes reconhecem os metadados de GPS e exibem um mapinha de onde a foto foi feita. No caso de trilhas com fotos sequenciais, suas fotos ficam espalhadas pelo mapa, na ordem e local em que foram feitas! Mas se você quer entrar para o hall da fama, crie uma conta no Panoramio. É através deste serviço que as fotos exibidas no Google Earth são selecionadas e posteriormente exibidas lá. Esta é a melhor forma de ajudar quem quer conhecer um determinado lugar para uma visitação futura.
Bem, agora é só começar a brincadeira! E não deixe de me mostrar os resultados…
23/Oct/2009 as 15:21
Opa! Eu quero ir nessa trilha! Se eu atravessar o atlântico nadando eu ganho pontos extras na gincana? 🙂
Sobre EXIF, eu acho ele um padrãozinho bem safado. Nem mantido direito ele é e tem sérios problemas técnicos que atrapalham sua implementação e evolução, resquícios da sua origem limitada (TIFF). O XMP é tecnicamente superior, mas por outro lado é patenteado, mesmo tendo SDK liberado com licença BSD, o que aparentemente (não sei dos detalhes) impede a adoção por alguns softwares que preferem evitar possíveis brigas com a Adobe.
E em que universo paralelo você vive onde uma sexta 13 é seguida de um domingo 14? Assim, só de curiosidade…
23/Oct/2009 as 16:44
Costela, você deveria viver de QA. Você não deixa passar um único detalhezinho errado ou conflitante.
E sim, você ganha muitos, mas muitos pontos por atravessar o Atlântico a nado… sem contar o trekking pela Europa até chegar ao Atlântico. Aproveite e faça um vídeo mostrando sua barba crescendo no decorrer da jornada.
Quanto ao EXIF e XMP, eu achava que era tudo a mesma coisa. Mas para escrever este artigo foi à mãe dos burros, a Wikipedia. Uma das coisas que eu não entendi é se a marcação de GPS fica no EXIF, XMP ou outro padrão, por isso não deixei isso claro no artigo — e também achei que era detalhe demais para adentrar, o meu é um blog de aventuras e não tecnologia. Mas o seu comentário é — como de costume — muito pertinente