Ilha Comprida de bike
Nem só de caminhada vive o Blagus, do blogus, que é blog do Blagus. Já fazia bike há alguns anos atrás, mas depois de ter a bicicleta roubada (na qual eu investi uns R$3 mil), fiquei desanimado com a atividade e não voltei mais, exceto dois passeios bem legais, e em um deles levei o […]
por Lex em 13/Nov/2009
Nem só de caminhada vive o Blagus, do blogus, que é blog do Blagus. Já fazia bike há alguns anos atrás, mas depois de ter a bicicleta roubada (na qual eu investi uns R$3 mil), fiquei desanimado com a atividade e não voltei mais, exceto dois passeios bem legais, e em um deles levei o equipa e rapel para descer uma cachoeira.
Mas com os cutucões, pontapés e empurrões da Joana Rocha, Mario Amaya e Vê Mambrini eu fui seduzido a voltar. E em grande estilo: o Mario me emprestaria sua lendária Specialized Stumpjumper. É uma mountain bike da década de 90, e eu fiquei impressionado com sua leveza. Basta assoprar um pouquinho para trás e ela anda sozinha. O cassete traseiro parece um reloginho, com um som muito característico ao ser girado.
Preparativos
A proposta era irresistível: cruzar a Ilha Comprida (no litoral sul de São Paulo) partindo de Iguape e com chegada em Cananéia. Desta vez eu abdiquei de bolar roteiros e detalhes: o Mario tem larga experiência no assunto e é um exímio navegador, além de me entregar a Stumpjumper devidamente configurada. A Jô, como de costume, é a chef de cozinha e costuma bolar nossos cardápios. E a Vê sempre bota a maior pilha em tudo e questiona muitos detalhes de forma muito pertinente. Desta vez eu era o aprendiz, cabia-me ouvir e obedecer (como se eu conseguisse fazer isso, haha).
Não diferente de uma viagem de trekking, também pensamos em acampamento e refeições independentes. Parte do cardápio foi pensada em comprar peixes direto dos pescadores do local. O equipamento que nos faltava eram somente os alforges (para quem não conhece, é a “mochila” da bicicleta). Fomos à Decathlon, que tem boa variedade com bons preços e eu comprei uma bolsa de guidão, lanterna traseira e alguma outra tranqueirinha. A Joana havia comprado pela internet dois alforges bem interessantes, em formato redondo e com excelente capacidade de carga. Organizar os alforges não é tão paranóico quanto organizar uma mochila, e a única dica é deixar as coisas que possivelmente serão necessárias durante a viagem mais à mão. Coisas como barraca, roupas e fogareiro podem ficar no fundão e coisas como ferramentas de manutenção, pilhas e capa de chuva por cima, acessíveis. Na Mundo Terra comprei um levíssimo tênis da Salomon e um legging novo (invejo as mulheres, essa é uma peça do vestuário extremamente confortável). A escolha do legging ao invés de uma bermuda de ciclismo se deu pelo fato que eu não queria ficar com 2/3 da perna queimados e a marca branca da bermuda nas coxas. Sem contar que o legging me deixou com cara de francês speedeiro* maluco.
* termo vulgar para os ciclistas de bicicletas Speed de competição
Busão
Chegamos a rodoviária da Barra Funda no último segundo. Nem deu tempo de colocar uma calça convencional por cima para parecer menos estranho. Socamos as quatro bikes nos bagageiros do ônibus e elas encaixaram muito bem. Pensei que teria que desmontar a roda da frente, alforges, sei lá, mas não. Entramos no ônibus do jeito que estávamos: mochilinhas de hidratação, capacetes e luvas. O assistente da compania rodoviária ainda estava se contorcendo de rir com a cena.
Fomos numa sexta-feira, véspera de feriado prolongado e por isso a viagem foi razoavelmente demorada (em torno de quatro horas). Chegamos em Iguape, uma cidadezinha muito bonita e pitoresca, com fachadas do começo do século e um povo extremamente amável. Passamos em frente a um barzinho com três garotas que nos deram um sonoro “bem vindos à Iguape”. Achamos tão legal que demos a volta e fomos tomar umas cervejas com elas. O bate-papo foi muito agradável. Depois de encerrada a balada, fomos a mais um barzinho jantar porções espetaculares de camarão e ostras. Em seguida, achamos uma pousada excelente para passarmos a noite.
Ride
No sábado fez um belíssimo dia de sol. Aproveitamos para conhecer a Barra da Juréia, cujo caminho é uma bucólica estradinha muito bem asfaltada, com muitas curvas e ladeiras.
Ao voltar da Barra da Juréia seguimos para a Ilha Comprida. Passamos pela ponte que liga o continente à ilha e encontramos uma boa peixaria. Compramos uma deliciosa caldeirada e camarões para o jantar, que nossa chef preparou com couscous marroquino. Finalmente começamos a pedalar na Ilha Comprida, e que experiência maravilhosa. A areia é bastante dura e a praia muito larga. Daria para pousar um A380 com muita folga. O fim de tarde foi espetacular, com o sol no horizonte por um longo tempo.
Encontramos um lugar excepcional para acampar: um bosque de pinheiros, com uma sombra preguiçosa. O chão ao redor era coberto pelas finas folhas secas das árvores e isso fazia com que não entrasse areia na barraca, deixando o chão macio. A areia também era bastante dura e foi uma maravilha a fixação dos speks para estender as barracas. Certamente foi o lugar mais confortável e prático que eu já acampei.
Sem a pressa nenhuma acordei no domingo. Sempre sou o mais preguiçoso e o último a acordar. Fizemos café da manhã e continuamos nossa jornada. Estávamos no meio do caminho. Durante nossa jornada vimos muitos peixes mortos (incluindo um pinguim e um golfinho) na praia e bastante lixo trazido pela corrente também. Mas esse é o único ponto ruim da viagem, a enorme praia é normalmente vazia e a maior parte dos trechos são limpos, sendo perfeita para cicloturismo. E a extensão da Ilha Comprida permite que esta travessia seja feita em um final de semana (que nem precisa ser prolongado).
No final da tarde a melhor opção seria um camping. Antes de ir para lá compramos alguns peixes para a janta e tomamos umas cervejas no barzinho (que de pequeno não tinha nada) da praia. No camping havia uma árvore com uma tomada instalada em sua base e o chamamos de pé-de-luz. O Mario pôde carregar a bateria de sua câmera ali. Mais uma vez, nossa chef preparou uma comida espetacular: peixe ao molho de leite de côco, gengibre e curry e arroz com leite de côco.
Na segunda-feira tivemos que pegar uma estradinha de areia fofa até a balsa que nos deixaria em Cananéia. Foram quatro quilômetros bastante sofridos, com um sol desértico e quase sombra alguma. Pelo menos foi possível ir pedalando, escolhendo os pontos de areia mais dura. Chegamos à balsa, como de costume chamando a atenção devido nossas bicicletas carregadas.
Passamos um pouco da tarde em Cananéia, aguardando o ônibus que nos levaria de volta a São Paulo tomando mais cervejas e comendo petiscos marinhos. A viagem de volta foi bastante tranquila e ao chegar em São Paulo, na Barra Funda, Joana e eu ainda pedalamos carregados pelo minhocão até em casa.
13/Nov/2009 as 21:28
Interessantíssima variação do trekking.
A última vez que fui pra Cananéia deve fazer quase 20 anos, mas ainda me lembro muito bem do cenário. Realmente ótimo pra esse tipo de viagem. O resto do trajeto infelizmente não conheço, mas as fotos ajudam!
E realmente, com esse legging vc tá perecendo uma mistura bizarra do Lance Armstrong com o Jean Reno (com cabelo)!
16/Nov/2009 as 11:24
Tenho mais viagens de bike pré-planejadas. Estou num terrível conflito: investir em vertical ou em bike.
14/Nov/2009 as 12:33
Muito legal o relato da viagem…. e parabens pelo prêmio, merecido.
16/Nov/2009 as 11:24
obrigado!!
15/Nov/2009 as 11:45
Gostei do texto, fotos show também!
16/Nov/2009 as 11:25
Confesso que o texto está bem nas coxas… o escrevi rapidinho, sem grandes revisões. Valeu!
15/Nov/2009 as 17:34
Só uma coisa, não fomos realmente à Jureia: para chegar lá precisaríamos pedalar mais 3 km e atravessar a foz do rio Ribeira numa balsa. Mas isso nos tomaria o tempo de achar um local tranquilo para acampar na ilha, mais longe do centro da cidade. Por isso a decisão de entrar à direita logo após Icapara.
16/Nov/2009 as 11:25
Obrigado pelos detalhes!
16/Nov/2009 as 15:46
Oi Lex!
Parabéns pelo pedal e pelo prêmio! O engraçado é que neste fds fiz montanha, que era algo que a um bom tempo não fazia! 😉
16/Nov/2009 as 16:53
obrigado!! abraços
17/Nov/2009 as 09:31
Amigo LEx… DEMAIS SUA VIAGEM..FAZ A GENTE SONHAR ALTO ….parabens pelo premio e acho que vc deveria envestir em bike
( eu “borro” nas calça so de pensar em esportes verticais)…rsrsrsrsrsrsrs.
Abraços
Tuca
17/Nov/2009 as 10:21
Valeu, Tuca!! Bike é mesmo um tesão…
17/Nov/2009 as 22:45
Eu quero mais!
Bike, bike, bike…:)
17/Nov/2009 as 22:54
EU também! Também! Também!
24/Nov/2009 as 15:43
Meu voto vai para investimentos em bike!
24/Nov/2009 as 15:54
Caramba, vou chamar meus amigos de vertical para equilibrar esta disputa. Bike 4 x Vertical 0…
26/Nov/2009 as 02:29
Ei!
Ficaram demais as fotos. Um toque de originilidade que faz a diferença.
26/Nov/2009 as 10:51
Obrigado! Bem, com 4 fotófrafos na viagem não poderíamos fazer feio! Sugiro dar uma olhada no álbum do Mario. Abraços, Brar
26/Nov/2009 as 16:21
Muito show seu blog Blagus….
E quanto ao golfinho, viu mesmo?
26/Nov/2009 as 17:26
Oi Karine, obrigado pela visita 🙂
Vi golfinho, penguim e muitas aves… triste…
beijinhos!
27/Nov/2009 as 13:12
Cara acho bike fantástico, gostaria de praticar bem mais do que faço.
Esta viagem que fizeram me parece que foi maravilhosa, eu ja pensei em fazer a costa sul do Rio Grande sul, saindo do Chuí chegando em Rio Grande, você conhece alguém que ja o fez?
Se a idéia te parece boa, pode me chamar que eu vou.
Abraços
Parabéns pelo Blog.
27/Nov/2009 as 14:16
Bike é mesmo muito gostoso. Mas não preciso dizer o quanto a sua vela me inveja 🙂
Quanto Rio Grande a Chuí, não conheço ninguém que tenha feito, mas vou mandar a pergunta a Mambrini que entende bem do assunto. Independente disso, podemos planejar! Me adicione no MSN e a gente conversa melhor: ablagus@hotmail.com
obrigado! abraços
05/Dec/2009 as 16:15
O blog é show…adicionei aos meus favoritos. Quanto à bike, vc adiciona mais um votinho meu, valeu!?
DJANILSON/RN
06/Dec/2009 as 15:45
Bem, então está bike 10 x 2 vertical. É, acho que será bike mesmo!!!
Obrigado pela visita! Vou me esforçar para sempre haver um conteúdo legal!!
abraços…
09/Jun/2010 as 00:28
Se ainda fizer diferença, compute mais um voto para a bike – pode ser também um caiaque, que é a versão aquática da bike.
Daqui a duas semanas estaremos na Ilha do Marajó, de bike e caiaque.
Abraço amazônico.
11/Jun/2010 as 12:55
Computado! E… boa viagem!
21/Jan/2012 as 09:49
legal