técnicas
Planejamento
por Lex em 20/Nov/2008, sobre técnicas
Olá caros amigos do esporte! Já faz um bom tempo que não publico nada aqui. Os poucos leitores ocasionais que eu tinha já devem ter se enchido o saco e nunca mais voltado. Sobra o um ou dois do RSS. Desde que eu comprei meu notebook tenho trabalhado que nem um maluco e acabei não conseguindo fazer nenhuma aventura.
Mas a abstinência está falando mais alto: suadeira, tremedeira, calafrios: falta de adrenalina. E como é final do ano, é claro que estamos todos planejando nossa viagem de reveillón. O meu planejamento começa com uma pergunta muito simples, quase sempre direcionada ao meu chefe: quantos dias eu terei de folga ? A segunda pergunta é para meu planejamento financeiro: para onde eu posso ir ? Essas duas perguntas podem reduzir suas opções de Nepal ou Machu Picchu à Praia Grande. Uma vez definido calendário e orçamento, sobram duas opções: lugar novo ou algum velho conhecido. Muitas vezes eu opto por lugares conhecidos, pois cada um deles é um pequeno universo que eu tenho o prazer de conhecer melhor ainda a cada ida. Você já deve ter lido repetidas vezes eu falando sobre Paranapiacaba e Paraty. São os lugares que eu mais gosto e que menos corro o risco de errar. Quando minha agenda permite várias viagens no decorrer do ano, arrisco a conhecer lugares novos; caso negativo acabo indo para meus prediletos: são lugares seguros, em que não terei grandes surpresas, e será divertido da mesma forma. Este ano tudo indica que será a conhecida Ponta da Juatinga em Paraty.
Para o caso de lugares novos, uma das tarefas mais comuns é aquela navegada na internet à caça de referências: como são e onde estão as trilhas, e o que quase sempre se encontra são mapinhas feitos à mão ou cansativas descrições em texto da aventura que você quer fazer. Há muito tempo eu procuro um único repositório de arquivos de GPS com as trilhas que gostaria de fazer, mas isso sempre foi muito escasso: boa parte do pessoal de aventura não é lá muito fã de tecnologia. Então o que acaba acontecendo é eu fazer uma prévia no Google Earth, e coloca-la em meu GPS. E no mundo real eu acabo fazendo a trilha prevista e montando meu pequeno acervo de GTMs e KMLs. Sendo um cara que trabalha com tecnologia ainda tenho esperanças de ver a biblioteca que falei acima se tornar realidade; enquanto isso não acontece vou fazendo a minha. E como estou fazendo força para deixar de ser um sujeito egoísta, vou compartilhar com vocês os tracklogs mais detalhados que tenho em mãos.
Paranapiacaba
Se você já leu meus outros posts deve estar cansado de ler sobre lá. Sem mais delongas: abaixo a compilação de todas as trilhas, ferrovias, pontes, túneis acampamentos e lagos desse místico lugar.
Paraty
A primeira vez que cheguei a uma de suas várias praiazinhas desertas, usei minha mente para fotografar o retrato mais belo que vi em minha vida: eu, com minha mochila na cabeça, tinha acabado de descer do barulhento barquinho que havia nos levado até lá. Eu estava com água até a altura do peito. Olhei para meu pé. Sim, olhei para meu pé, mesmo com água no peito. E em seguida olhei para o velho barquinho de pescador: ele flutuava na água cristalina e eu podia ver sua sombra na areia, como se ele estivesse levitando. Foi uma imagem tão surreal que por alguns momentos pensei estar sonhando (ou drogado). A praia, se chamava Praia do Sono, veja você. E com dois passos pude sair da água, pois era uma praia de tombo ? e eu nunca tinha visto uma antes. Abaixo está descrito no arquivo do Google Earth todas as praiazinhas do lugar mais lindo do mundo: a ponta da Juatinga. Se você tiver uma semana livre, não deixe de trilhar por todas elas. E ainda, se puder, dormir sob a lua cheia no farol da ponta.
Ilhabela
Foi lá que fiz meu record pessoal de solos: 8 dias sozinho, trilhando por toda a parte sul da ilha. Minha vontade era fazer a ilha toda, mas a parte norte é quase impossível pela falta de trilhas. Mas este projeto está anotado na minha lista de pendências. Este arquivo está muito bem detalhado pois lá mesmo num dia de saco cheio fiquei marcando no meu GPS todas as praias e morros. Apesar das belas praias, uma pequena decepção: algumas delas são idiotamente protegidas por caseiros truculentos e ricassos parvos, mas ainda assim vale o passeio.
Ecovias
Quando criança, fazia muitas viagens de família descendo o complexo Anchieta-Imigrantes. E como toda criança, ficava vendo, maravilhado, aquele monte de túneis e a vista espetacular. E uma das coisas que eu via era uma série de pequenas estradinhas cruzando a rodovia principal. Ficava me questionando: de onde elas vem ? Para onde vão ? Como deve ser viajar por elas ? Desse desejo de infância aliada a espetacular tecnologia do Google Earth (conheci ele ainda na época do KeyHole) pude mapear todo o complexo, com cada uma dessas estradinhas que tanto aguçaram-me na infância. A idéia é trilhar por essas estradinhas e me parece que o melhor meio é de motocicleta. Este é um projeto não concluído que coloco à disposição de quem tiver a mesma curiosidade que eu.
Checklist
Como bom cabeça-de-vento que sou, não poderia deixar de ter uma lista com tudo o que tenho que levar para minhas viagens. Já faz alguns anos que criei o check list abaixo, e nele adicionei tudo o que faz parte do meu equipamento, e tudo o que faz parte do ritual de arrumar o mochilão. Não há dúvidas que nesta planilha há coisas demais; mas calma, não é para levar tudo ! Cada viagem pede que você analise o que será necessário. Quase sempre o imprimo para levar para o mercado também. Faça uma cópia para você e customize-a de acordo com a sua realidade; e claro, não deixe de me enviar uma cópia !
Com este post espero ter contribuído para a sua viagem. Não deixe de compartilhar comigo suas experiência também !
update: este post foi atualizado (os links antigos estavam quebrados) e com a versão mais recente de cada arquivo